Tenho brotado tantas vezes dessa mesma terra,
que já não sei a flor que represento em mim.
Tenho sido relva no colo de uma serra,
ou o arvoredo na planície, enfim
que já não sei a flor que represento em mim.
Tenho sido relva no colo de uma serra,
ou o arvoredo na planície, enfim
tenho sido o campo inteiro, sem ter sido nada.
Nem flor, nem relva, nem terra ou areia.
Tenho sido sempre do meu conto a fada.
Tenho sido lua, sem ter sido cheia.
Nem flor, nem relva, nem terra ou areia.
Tenho sido sempre do meu conto a fada.
Tenho sido lua, sem ter sido cheia.
Quantas vezes brotei da terra e vou morrer
na mesma terra ao declinar do dia.
Sinto em mim o vento, o estremecer.
na mesma terra ao declinar do dia.
Sinto em mim o vento, o estremecer.
As pétalas do meu
corpo, em desalinho,
se destacam sobre a terra fria.
E novamente vou morrer sozinho.
se destacam sobre a terra fria.
E novamente vou morrer sozinho.
(Costa Pinto)
(imagem extraída de "www.fotosgratis.fot.br")
UM SONETO INTELIGENTE...
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