Este, que embora rude e tão mesquinho,
se julga soberano nas questões sombrias da minha alma.
Mas,
caminho sóbrio, pisando vilanias.
A contemplar a infinita distância de mim mesmo.
As longínquas marés de cada lembrança, os duros seixos
das desilusões,
a esperança inacabada.
Abandonada e inútil, devaneando entre crenças e soluços .
Caminho
junto ao tempo, lado a lado com ele.
Como se não houvesse nada a contar, marcar ou refletir.
Como se pudesse ser pela primeira vez, sem ter vivido o
antes.
Como se tentasse sonhar, sem ter dormido nunca.
Caminho
amando e entendendo cada passo,
Cada curva da estrada, cada vegetação, cada flor.
Como se fosse a primeira vez.
Mas, caminho em cada história que nunca vivi,
ou vivida não me venha mais à memória.
Caminho
breve e atônito, extenuado e absorto.
E
vou prendendo cada um desses lamentos doídos, em mim
Como uma bandeira sobre a janela de um edifício.
Aquela, que expressa tresloucada um soturno grito de
vitória.
Como
alguém que diz, de si para si mesmo,
com olhos marejados de outono,
Diante do espelho:
- Deus meu, ainda estou aqui !
(Costa Pinto)
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