Eu descobri que ontem
num jardim distante,
ouvia a tua voz
chamar-me pelo nome
e respondi num grito
de alegria e espanto.
Saber que a amo tanto
é a força que conduz
meus passos para a luz
do mundo.
O teu querer profundo
me fez sentir-se um rei.
Nos braços me amparei
enquanto caminhava.
Regavas o meu pranto
com tuas tenras lágrimas,
pois eu também chorei.
Eu nunca me acordei
do mais incrível sonho.
À noite eu acompanho
teus passos pela casa.
E quando estou sozinho,
minha alma cria asa
e voa para o ninho.
O sol vem de mansinho
quebrando a barra.
A tua mão me agarra
para que eu possa ficar.
Nós temos que ocupar,
enquanto a vida passa,
cada um o seu lugar.
Mas tenho que voltar
pra velha estrada.
Sem ter hora marcada,
tento encontrar
o colo que me acalma,
a mão que me embala
e o mais doce olhar.
João Felinto Neto
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