Não te lembras mais daquela pequena casa no colo da serra.
De nossa verde janela, que dava para os verdes pássaros do teu quintal.
De nossa rede pendurada na varanda.
Uma imensa lua em nosso céu e uma vaga enorme em nosso mar.
Já não te lembras mais?
De nossa verde janela, que dava para os verdes pássaros do teu quintal.
De nossa rede pendurada na varanda.
Uma imensa lua em nosso céu e uma vaga enorme em nosso mar.
Já não te lembras mais?
Não te lembras do perfume dos teus cabelos soltos, em desalinho,
e da carícia das minhas mãos no afago singelo de tua ainda primavera.
Teu andar de algo muito leve, que não sei definir, nem recriar.
Teu gesto lento, como algo preguiçoso.
e da carícia das minhas mãos no afago singelo de tua ainda primavera.
Teu andar de algo muito leve, que não sei definir, nem recriar.
Teu gesto lento, como algo preguiçoso.
Algo que brotava do fundo daquelas tardes quentes e sonolentas.
Algo que um dia encontrei na rede – os elos da minha prisão.
Algo que um dia encontrei na rede – os elos da minha prisão.
Algo que um dia brilhou em teu olho como o sol sobre as copas das árvores.
O pouco de mel em teu lábio.
O lírio sobre os cabelos, o cheiro de coisa silvestre
...de muito silencioso e quieto.
O teu seio brilhando como uma estrela nua no céu do teu corpo,
no céu do teu mar, no céu do teu céu,
tudo, enfim.
O pouco de mel em teu lábio.
O lírio sobre os cabelos, o cheiro de coisa silvestre
...de muito silencioso e quieto.
O teu seio brilhando como uma estrela nua no céu do teu corpo,
no céu do teu mar, no céu do teu céu,
tudo, enfim.
E o teu sorriso sorria um sorriso só nessas tardes.
Como um vagalume, brejeiro, piscando na noite de teu amor.
Como um vagalume, brejeiro, piscando na noite de teu amor.
Cada segundo de tempo possuia seu próprio movimento
e balouçava.
Assim como tua rede, que já não te lembras.
Como os teus cabelos que perderam o aroma.
Como o teu seio que já não brilha.
E o teu sorriso que não mais sorri.
Assim, como esta paisagem urbana desbotada e frágil,
que frequenta as minhas retinas
nos dias em que mais sinto a minha ausência.
Assim como os teus olhos fracos que me segredaram,
no fim de outra tarde em que nos amávamos:
Que já não te lembras mais.
e balouçava.
Assim como tua rede, que já não te lembras.
Como os teus cabelos que perderam o aroma.
Como o teu seio que já não brilha.
E o teu sorriso que não mais sorri.
Assim, como esta paisagem urbana desbotada e frágil,
que frequenta as minhas retinas
nos dias em que mais sinto a minha ausência.
Assim como os teus olhos fracos que me segredaram,
no fim de outra tarde em que nos amávamos:
Que já não te lembras mais.
(Costa Pinto)
(desenho obtido no site: "tracosetrocos.worpress.com")
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