Ao menino que chora
À minha porta, Eu pergunto o que lhe incomoda. Ele para mim olha. Em seu olhar implora, Quer um pouco de pão. Em seguida estende sua mão Com a palma vazia. Na verdade, era eu quem pedia O seu pleno perdão. Essa situação, Nesse exato momento, Traz ao meu pensamento, Uma reflexão. Não há justificação Para um ser inocente, Um pedaço de gente, Ter tamanha aflição. A não ser, a omissão E a indiferença, A falta de decência E de humanização. Outra explicação, Juro que não entendo. E imploro, temendo Que o menino sofrendo, Não me dê seu perdão.
JOÃO FELINTO NETO
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sábado, 1 de outubro de 2011
À MINHA PORTA
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