sábado, 1 de outubro de 2011

À MINHA PORTA



Ao menino que chora 
À minha porta, 
Eu pergunto o que lhe incomoda.
Ele para mim olha. 
Em seu olhar implora, 
Quer um pouco de pão. 
Em seguida estende sua mão 
Com a palma vazia. 
Na verdade, era eu quem pedia 
O seu pleno perdão.
Essa situação, 
Nesse exato momento,
Traz ao meu pensamento, 
Uma reflexão. 
Não há justificação 
Para um ser inocente,
Um pedaço de gente, 
Ter tamanha aflição. 
A não ser, a omissão 
E a indiferença, 
A falta de decência 
E de humanização. 
Outra explicação, 
Juro que não entendo. 
E imploro, temendo 
Que o menino sofrendo, 
Não me dê seu perdão.


JOÃO FELINTO NETO

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