sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Noturna Agonia



Tinhas tudo aquilo, que me foge o grito
e no peito distende, a última tortura.
Eras rebeldia, e paz no infinito.
Eras de Deus, a perfeita criatura.

Apalpei-te toda procurando um verso,
que agora, ao achar, já não te encontro.
É este, vês? Que te ofereço imerso
em meio às sombras, já me veio pronto.

E tu, onde estás, porque fugistes?
Ou não? Fui eu quem me ausentei agora
do fim que essa ausência eterniza.
Porque não põe em mim os olhos tristes?
Não vês que uma grande lua jaz lá fora
e que o meu verso solitário agoniza?

(Costa Pinto)

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