segunda-feira, 12 de setembro de 2011

NA LEMBRANÇA


Quanta saudade
Do meu tempo de criança.
Eu dormia com a ânsia
De acordar.
Tinha sempre a esperança
De ao futuro viajar.
Agora, só posso voltar
Em minha lembrança.
Quando penso na distância,
Dá vontade de chorar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Noturna Agonia



Tinhas tudo aquilo, que me foge o grito
e no peito distende, a última tortura.
Eras rebeldia, e paz no infinito.
Eras de Deus, a perfeita criatura.

Apalpei-te toda procurando um verso,
que agora, ao achar, já não te encontro.
É este, vês? Que te ofereço imerso
em meio às sombras, já me veio pronto.

E tu, onde estás, porque fugistes?
Ou não? Fui eu quem me ausentei agora
do fim que essa ausência eterniza.
Porque não põe em mim os olhos tristes?
Não vês que uma grande lua jaz lá fora
e que o meu verso solitário agoniza?

(Costa Pinto)