terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Trioleto


Em ti, a mais bela arte
daquela escola de artistas.
Uma tela frágil, à parte.
Em ti, a mais bela arte
de Netuno, Vênus, Marte.
Pinceladas modernistas.
Em ti, a mais bela arte
daquela escola de artistas.

(Costa Pinto )

(Imagem: Pintura de Niceas Romeo Zanchett "Mulheres Amantes")

Noturna Agonia


Tinhas tudo aquilo, que me foge o grito
e no peito distende, a última tortura.
Eras rebeldia, e paz no infinito.
Eras de Deus, a perfeita criatura.

Apalpei-te toda procurando um verso,
que agora, ao achar, já não te encontro.
É este, vês? Que te ofereço imerso
em meio às sombras, já me veio pronto.

E tu, onde estás, porque fugistes?
Ou não? Fui eu quem me ausentei agora
do fim que essa ausência eterniza.
Porque não põe em mim os olhos tristes?
Não vês que uma grande lua jaz lá fora
e que o meu verso solitário agoniza?

(Costa Pinto)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Poema de Natal

É Natal! E nada mais justo que fazermos aqui um pequeno paralelo com os poetas e artistas em geral que aqui publicam seus trabalhos, para fazermos uma adequada homenagem a esta data tão importante na religião e na vida da maioria de nós que vivemos grandes felicidades, histórias e momentos de natal.

Pela grandeza da data, efetuamos nossa homenagem com a grandeza do poeta brasileiro - Vinicius de Moraes e  seu POEMA DE NATAL. Uma verdadeira obra prima da literatura nacional.

A todos um feliz natal e próspero ano novo.

Saudações literárias e tricolores.

POEMA DE NATAL (Vinicius de Moraes)


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes, poeta, diplomata e compositor brasileiro.

O texto acima foi foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147.


(imagem de natal extraída do site:" madameexcentrica.blogspot.com")

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Improviso o texto...

IMPROVISO O TEXTO
COM PRETEXTO
DE DIZER DA VIDA
EM DISTRAÇÃO

NÃO REVISO O QUE VAI DA EMOÇÃO
POIS SE PARTE O CORAÇÃO
MESMO INDECISO
PRECISO MANTER O RISO
E DIZER DO AMOR MAIS CONCISO
ELE É QUE FAZ-ME VIVER SOLTA.

ELINAURA DE OLIVEIRA VASSÃO

Se eu fosse a etimologia...

SE EU FOSSE A ETIMOLOGIA
PARA DIZER DA CARDIOLOGIA
A TRATAR DO CORAÇÃO
ESTARIA A EQUILIBRAR SUA EMOÇÃO.
SE EU FOSSE A GASTROLOGIA
PARA TUA FOME SACIAR
ABRIRIA TEU APETITE
DARIA A TI UM PALPITE
PRA SE FORTALECER.
O CORAÇÃO, POR AMAR
PODE EXAURIR, MAS VIVE BOA SENSAÇÃO.
É A FOME DE ESTAR BEM
QUE MOSTRA O QUE TEM
PARA SE SENTIR MAIS SOLTO
E MAIS FELIZ POR VIVER.


ELINAURA DE OLIVEIRA

Viagem

ALÇAR VOOS NOS PENSAMENTOS
É FAZER UMA VIAGEM...
É TER A MENTE FIRME - SEM VAIDADE
PENSAR COM BOA VONTADE
SEMPRE COM UM FOCO
NA OPORTUNIDADE.
VOA-SE PARA ALCANÇAR
E AO DESEMBARQUE
SABER PARA QUE SERVIU.


ELINAURA DE OLIVEIRA

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Improviso


Um dia o meu amor te alcançará, por certo:
Ao chegar, atrairá para perto,
onde talvez a poesia se instale,
com a inspiração que ao teu lado improviso.

Antes que ele te alcance, vai o aviso!

(Elinaura de Oliveira)

Por amar

POR AMAR

IMPROVISO
O AVISO
QUE NÃO REVISO
POIS MESMO INDECISO
PROSSEGUIR EU PRECISO
PARA MANTER O RISO
QUE O AMOR MAIS CONCISO
FAZ-ME VIVER.

ELINAURA DE OLIVEIRA

Depois da Chuva

DEPOIS DA CHUVA O SOL SE REVELA E BRILHA
SEU FULGOR INTENSO FAZ-ME EXCLAMAR:
QUE MARAVILHA!
A CHUVA, QUANDO VEM FORTE DIZ: NADE!
O SOL AUDAZ, TRAZ A VONTADE
DE IR À PRAIA.

NA CHUVA QUE REFRESCA E MOLHA OU NO SOL QUE ME QUEIMA
REDESCUBRO A VIDA E TIRO A TEIMA
COMO TU MESMO, QUE ME OLHA DESNUDADA
COMO A TUA AMADA, DESEJA-ME.
REVERENCIA-ME COMO RAINHA, E CORTEJA-ME
COM A ALEGRIA DE DIZER: ESTA É MINHA ESTRELA..

ELINAURA DE OLIVEIRA

Tentativas

Tentativas

Percorro estradas para tentar chegar ao meu objetivo.
Algumas são perigosas, com curvas, e chamo-me fugitivo.
Começo fugir dos perigos e das distrações...
Concentro-me para vencer todas as competições!

Para alcançá-las, talvez tenha que assumir
que as abstrações vagas, podem impedir-me de sorrir.

Não ando na onda de parar ou falar sobre o nada
quando o meu tudo, do pouco que me resta, mostra a guarda.

O tudo do todo é a pequena amostra de tema impreciso?
A tais, segue-se o vazio, então sigo indeciso...

Procuro jeitos de enterrar minhas dúvidas caladas.
Quero reflexões mais fecundas, precisas, palpáveis,
em mentes férteis, velozes, aladas...

Elionaura de Oliveira

domingo, 5 de dezembro de 2010

Epitáfio


Enterrem aqui um poeta e cubram-no todo de versos.
E deixem-no longe do mundo e bem distante os regressos.
Enterrem também sua lira, chorando, morrendo de dor.
E escrevam seu epitáfio: Mais um que morreu por amor.

(Costa Pinto)

imagem extraída do site: ilhadeinspiracao.blogspot.com