sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor-Perfeito





Hoje, a noite me castiga
e o verso não deixa a pena.
E a folha branca se agita,
me ouve, me fala, me fita:
- Acácia, Camélia ou Dracena?
Qual delas me escreverás?
- Íris ou Angélica, amarás?
Qual delas teu peito abriga?

- Se não me engano, a Hortência,
que teve contigo um caso.
Ou quem sabe a Margarida,
com quem já passaste a vida
furtando-lhe a inocência.
Não sei bem qual eu espero,
folha alva ao meu acaso.
A nenhuma delas quero.
Desejo aquela mais pura,
que é ainda mais formosa.
E tem o nome mais belo.
Por quem meu amor revelo:
Aquela que chama Rosa.

(Costa Pinto)

Nenhum comentário:

Postar um comentário